Sunday, September 24, 2006

explica-mos.



ao ver meu quarto aberto a alguém, entrou.
podia dizer-te que dancei. que o apanhei. que fui abraçada. podia contar-te as bolhas dos pés. ou a lua minguante naquele céu. já te teria contado que estive lá. ou falado deles. contarte-ia que tive as orelhas quentes e pensei de pernas pró ar.
mas não. deixo segredo. nas entre-linhas.
deixo bocados no entretanto que são sempre pra ti. e o ar da estação mais quente faz-nos bem. faz nudez.
minhas senhoras e meus senhores, eis a primavera que não verei.
nunca se foge sem medo. aqui não há 4 dimensões. tudo off hoje.
mas rasga um desespero quase esculpido nos ossos. grito: acção pelo agora!
imagino o nosso abraço apertado.
e á noite: vais pedir ao sol que se atraze uma horinha ou duas.
quimica. abre a porta e vê se o mundo ainda é teu.

..mesmo que ele não vá voltar.